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Arquitetos: atelierdacosta
- Área: 380 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Tiago Casanova
Descrição enviada pela equipe de projeto. Um banco para ser transformado numa clínica dentária; o programa dado sugeria a necessidade de compartimentalizar o espaço, lidando apenas com a existência da estrutura e das paredes perimetrais.
Todo o Homem é diferente mas biologicamente semelhante. A partir da visão do cliente, cada Homem deverá ter um tratamento único e personalizado nesta clínica, mas, para isso, cada gabinete médico deverá ter condições semelhantes. A regra é baliza para o enquadramento da
Por isso, o principal requisito prendeu-se com a existência de luz natural em cada um dos 5 gabinetes médicos, embora não fosse possível que todos estivessem contíguos à fachada exterior, tendo em conta a sua largura. Para além disto, os médicos falaram-nos sobre o fenómeno da claustrofobia aquando do tratamento. Relembrando Anthony Vidler nos seus textos sobre a importância dos diagnósticos de claustrofobia e "agoraphobia" no advento do movimento moderno, uma pergunta se levanta: estarão as suas premissas falidas?
De acordo com o cliente, juntamente com a necessidade clara de subdivisão do espaço, a de continuidade visual e de profusão de luz eram prioritárias. Para desenhar a massa construída, foram usadas três tipos de superfícies verticais: paredes opacas ( alcatifa, gesso cartonado e alumínio), paredes de vidro e cortinas. A maior parte da massa construída é formada por um conjunto desenhado com paredes de vidro, dividindo e ligando, moldando o tempo, multiplicando o espaço e as suas realidades.
O uso do vidro - "este isolante, este milagre do fluído cristalizado", "este incolor, inodoro, não degradável" ( Baudrillard, 1969), “moral e higiénico” (Teyssot, 2010) material, - tornou-se numa condicionante de projecto por razões muito prosaicas - e, para se manter prosaico, as suas extremidades são redondas, facilitando o trânsito suave de carrinhos médicos, cadeiras de rodas, entre outros em movimento numa clínica.